10 de abril de 2011 Notícias

Atualmente, 16 estudos de pesquisa clínica são conduzidos na Famema

Nos últimos anos Marília tem se tornado um centro de referência na área de pesquisa cardiológica, com especialistas envolvidos em inúmeros experimentos nacionais e internacionais. Atualmente 16 estudos de pesquisa clínica estão sendo conduzidos na Famema, no Serviço de Cardiologia da Santa Casa e no ICM (Instituto do Coração de Marília).

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A presença do Hemocentro da Famema, uma referência em atividades ligadas a hematologia, permite o estudo em conjunto sobre as doenças hematológicas que podem afetar o coração. Esse intercâmbio dos cardiologistas e hematologistas têm contribuído para uma produção científica cujo ineditismo tem levado a publicações em diversas revistas médicas nacionais e estrangeiras.
Há anos os médicos hematologistas e cardiologistas da Faculdade de Medicina de Marília enfrentam uma triste realidade no tratamento das crianças com neoplasias. Diversos destes pequenos pacientes, após um longo tratamento conseguem a cura de suas doenças, mas não têm o que comemorar, uma vez que são acometidos por grave doença cardíaca, sequela das drogas antineoplásicas no coração.
Dentro de uma parceria que foi estabelecida com os oncologistas do Hemocentro, representados pela pediatra Doralice Marvulle Tan, os médicos locais desenvolveram uma metodologia de “ecocardiografia no esforço” para detectar alterações precoces nos corações das crianças. Essas avaliações foram testadas mesmo nos casos assintomáticos, ou seja, naqueles em que aparentemente não existia qualquer problema.
Com este novo marcador foi possível monitorar o efeito indesejável das drogas e precocemente mudar a orientação terapêutica ao menor sinal de dano cardíaco. Recentemente a conceituada revista médica “The American Journal of Cardiology” publicou o trabalho dos pesquisadores da cardiologia da Famema, liderados pelo docente Fábio Villaça Guimarães Filho.
Talassemia major também é estudada
Uma outra pesquisa recém publicada em revista médica avaliou portadores de Talassemia Major, doença caracterizada por apresentar um estado de hemólise (ruptura da hemácea) crônica. Como consequência existe uma necessidade de transfusões sanguíneas frequentes, o que pode acarretar sobrecarga de ferro no coração.
Os pesquisadores locais por meio da Ecocardiografia com Doppler Convencional e Tissular procuraram identificar a sobrecarga de ferro cardíaca precocemente, o que segundo eles poderá proporcionar um tratamento específico para aliviar a carga de ferro neste órgão. “Essa medida busca permitir uma maior sobrevida e qualidade de vida destas pessoas”, explicou o cardiologista Alexandre Rodrigues, que publicou os achados.
Uma outra doença hematológica com repercussões cardiovasculares frequentes é a Anemia Falciforme. Nessa semana um novo estudo em trabalho conjunto que contará com diversos cardiologistas e hematologistas da FAMEMA, foi aceito no programa de pós-graduação na área de Medicina/Tecnologia e Intervenção em Cardiologia USP-IDPC (Universidade de São Paulo – Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.
O cardiologista João Saes Braga tem como tese do seu doutorado a avaliação da função ventricular desses pacientes utilizando novas técnicas ecocardiográficas correlacionando-as com resultados de cintilografia pulmonar.
Segundo o médico “ainda hoje não está esclarecida a real condição funcional do coração nesse grupo, de modo que se conseguirmos identificar quais indivíduos encontram-se sob maior risco cardiovascular poderemos prever em quais grupos uma intervenção precoce será benéfica”.
Os cardiologistas acreditam que a recém criada pós-graduação acadêmica (mestrado) na FAMEMA poderá ser um novo estímulo as pesquisas nessa área, levando a cidade definitivamente a uma condição ímpar nesse campo.